O ligamento cruzado anterior (LCA) é uma importante estrutura com a função de estabilizar o joelho frequentemente lesado por atletas e vítimas de traumas.
A função primária desse ligamento é controlar a translação anterior da tíbia, um dos ossos da perna, aquele que fica abaixo do joelho. Além de, também, restringir a rotação desse mesmo osso.
Essa é a estrutura do joelho mais comumente lesada. A grande maioria das rupturas do LCA ocorre por lesões atléticas sem contato.
Com certos esportes, o gênero feminino confere risco significativamente maior de ruptura, independentemente da idade. Além das ginastas, as jogadoras de futebol e basquete sofrem muito mais lesões nessa região do que os do sexo masculino.
Além disso, a atleta do sexo feminino é a maior população de risco para lesões do LCA sem contato. No geral, elas são significativamente mais propensas a sofrer uma ruptura dessa estrutura do que os atletas do sexo masculino que participam do mesmo esporte ou atividade. As explicações propostas para esta diferença incluem uma combinação de atributos físicos e biomecânicos, que iremos discutir a seguir:
• Fatores de risco anatômicos e hormonais: as diferenças entre a anatomia óssea masculina e feminina e o alinhamento do joelho servem como ponto de partida para o estudo das disparidades sexuais em lesões do LCA sem contato, e o estrogênio pode atuar tornando essa região mais sensível.
• Fatores de risco neuromusculares e biomecânicos: notam-se diferenças na força muscular relativa e na biomecânica de desaceleração, giro e aterrissagem. Esses fatores parecem desempenhar um papel importante no aumento do risco de lesão do LCA entre atletas do sexo feminino e, quando presentes no sexo masculino, também aumentam o risco.
• Estudos também sugerem que as mulheres geralmente têm isquiotibiais mais fracos e maiores desequilíbrios de força entre os dois grupos musculares, e tais desequilíbrios aumentam a instabilidade do joelho. Esses achados sugerem um papel importante na prevenção de lesões do LCA para exercícios que corrigem fraqueza e desequilíbrio muscular relativos.
Os pacientes que sofrem uma lesão do LCA sem contato, ou seja, sem que seja por algum impacto direto, frequentemente, se queixam de sentir um “estalo” no joelho no momento da lesão, inchaço agudo posterior e sensação de que esta região está instável ou “cedendo”.
Depois que o inchaço inicial melhora, os pacientes conseguem suportar o peso, mas reclamam de instabilidade.
Movimentos como agachar, girar e pisar lateralmente, e atividades como descer escadas, em que todo o peso do corpo é colocado sobre a perna afetada, costumam provocar essa instabilidade.
A avaliação do joelho inclui uma história apropriada e exame físico. Em pacientes com uma possível lesão do LCA, o médico deve perguntar sobre o momento da lesão, o mecanismo, edema articular, capacidade funcional (por exemplo, o paciente pode andar, subir escadas), instabilidade articular (por exemplo, o joelho está cedendo) e lesões associadas.
Um exame apropriado inclui teste de mobilidade, força e estabilidade e realização de testes especiais de integridade do ligamento cruzado-anterior. Radiografias simples são frequentemente realizadas após lesões traumáticas no joelho para descartar fraturas, mas não podem ser usadas para diagnosticar rupturas do LCA, precisando, também, do quadro clínico descrito anteriormente.
Portanto, é muito importante que você procure um médico ortopedista caso se enquadre nesse quadro. Agende sua consulta!